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O diabetes é uma doença grave e uma das principais causas de morte, atingindo cerca de 422 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas engana-se quem acha que este é um problema de saúde exclusivo de humanos. O diabetes também é uma doença séria em cães e que pode comprometer severamente o bem-estar e a saúde dos pets. Dados científicos estimam que esta doença possua prevalência relativamente alta em cães, sendo uma das doenças endócrinas mais comuns nestes animais.
O que é o diabetes?
De forma semelhante à doença em humanos, o diabetes em cães é caracterizado pela perda de células pancreáticas que produzem o hormônio insulina ou produção em quantidade insuficiente para as necessidades do cachorro. A insulina é um dos hormônios responsáveis pelo controle da glicemia, aumentando a captação da glicose pelas células e diminuindo a concentração deste açúcar na corrente sanguínea. Se houver diminuição na produção da insulina ou uma resposta inadequada do organismo do animal a ação deste hormônio, ocorre elevação dos níveis de glicose no sangue e desenvolvimento do diabetes. Esse aumento da glicemia produz diversas alterações no organismo, prejudicando órgão e tecidos, como os rins.
Quais fatores podem influenciar no desenvolvimento desta doença?
As causas para a ocorrência de diabetes em cães ainda são fontes de debates entre cientistas. Acredita-se que haja semelhanças entre alguns casos de diabetes em cães e diabetes tipo 1 em humanos. Alguns fatores parecem contribuir para o desenvolvimento da doença, como genética, idade, obesidade, entre outros. Geralmente, o quadro de diabetes é menos comum em cães jovens (menos de um ano) e, nesses casos, pode ter origem familiar. É mais comum o diagnóstico em cães adultos e, principalmente, idosos.
A relação da obesidade com o diabetes em cães ainda é algo controverso. Existem algumas evidências que correlacionam a obesidade em cães e felinos com resistência a insulina. No entanto, foi documentado também que, embora haja certa resistência à ação do hormônio nesses quadros, os cães não chegam a desenvolver o quadro de diabetes do tipo 2. Portanto, mais evidências são necessárias para chegar a uma conclusão definitiva sobre o tema.
Casos de pancreatite (inflamação do pâncreas) crônica ou repetidas crises, podem eventualmente causar danos extensos a esse órgão, resultando em deficiência na produção de insulina e diabetes.
Por fim, a genética é um fator preponderante para essa doença. Estudos indicam que qualquer raça pode ser propensa a desenvolver diabetes, incluindo cães sem raça definida. No entanto, algumas raças puras apresentam um risco mais elevado, dentre elas destacam-se os Poodles (toy), Pugs, Dachshunds, Samoiedas, Fox Terriers e Beagles.
Quais são os sintomas de diabetes em cães?
Alguns
sinais podem ajudar a detectar a doença e servem de alerta para os tutores:
· Sede excessiva;
· Aumento do da micção em decorrência da elevação da glicemia;
· Perda de peso;
· Fome excessiva;
· Falta de energia;
· Atitude deprimida;
· Vômito.
Perceba que estes são sinais muito semelhantes aos encontrados em humanos e ocorrem devido ao desequilíbrio no controle da glicemia. Se não tratada e controlada, a doença pode prejudicar severamente a saúde do animal, levando à cegueira, falência renal, problemas hepáticos, convulsões e morte.
A importância do exame de glicemia
Para diagnóstico, é necessária a avaliação clínica do animal pelo (a) médico (a) veterinário (a). Além disso, exames laboratoriais serão solicitados para confirmar a suspeita da doença. O principal exame a ser realizado é a mensuração da glicemia no sangue. Este teste pode ser feito por meio de medição da glicose no sangue do animal. Em geral, medidas da glicemia de jejum acima de 200mg/dl indicam um quadro de diabetes. No entanto, a medida isolada da glicemia pode não ser suficiente. Nesses casos, é feita o teste de curva glicêmica. Este teste consiste em uma série de dosagens de glicose no sangue feitas em intervalos regulares em um período de 12 a 24 horas após uma sobrecarga de glicose administrada por via oral. É indicado para monitorar a eficácia da insulina no controle glicêmico do animal. Também pode ser realizado para monitoramento de cães em tratamento.
Outro exame importante é a dosagem de glicose presente na urina. Em cães diabéticos, muitas vezes a quantidade de glicose no sangue é tão alta que excede a capacidade de os rins de filtrá-la, sendo eliminada na urina. Sendo assim, é possível identificar, por meio de testes químicos, se há presença deste composto em amostras de urina do cão. Em caso de positividade, é mais um indício de diagnóstico para diabetes.
Por fim, é importante realizar outros exames bioquímicos para verificar o funcionamento de órgãos como os rins e fígado, principalmente porque estes podem ser muito afetados em casos de diabetes descontrolado.
Em cães diagnosticados com a doença, o tratamento é realizado na maioria das vezes por meio da administração de injeções de insulina. Além disso, é necessária uma dieta personalizada para melhor controle dos níveis glicêmicos. O animal deverá ser submetido a um controle rígido dos níveis de glicose por meio de medições periódicas da glicemia.
A prevenção e a detecção precoce são as melhores estratégias.
Pode parecer clichê, mas a prevenção ainda é a melhor saída. O exame de glicemia constitui uma ferramenta poderosa para detectar precocemente a doença, antes que surjam consequências mais severas à saúde do animal. É muito importante que os tutores tenham a consciência de realizar exames periódicos em seus cães, mesmo quando não há sintomatologia clínica. Por isso, mantenha a saúde do seu animalzinho sempre em dia levando-o ao veterinário para fazer um check-up de rotina. Se o seu melhor amigo for idoso, tenha ainda mais cuidado! Como mencionado anteriormente, cães idosos tem maior chance de desenvolver diabete e precisam de um acompanhamento veterinário ainda mais frequente. Além disso, forneça sempre alimentos de qualidade, não porções corretas e estimule o seu animal a realizar exercícios físicos. Assim, você garante a saúde e bem-estar do seu companheiro.
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Referências:
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