HEMOGRAMA - CONTAGEM MANUAL VERSUS AUTOMATIZADA

O hemograma é um dos exames laboratoriais de rotina mais realizados em humanos. E com os pets não é diferente!

Exames de sangue são muito utilizados na clínica veterinária, especialmente como exames de suporte para diagnóstico de diversas doenças, antes da realização de procedimentos cirúrgicos e para o acompanhamento de tratamentos específicos, como a quimioterapia. 

Devido ao crescimento nas solicitações desse tipo de análise, rapidez e precisão na liberação dos laudos tornaram-se essenciais. E com isso, cada vez mais laboratórios veterinários têm optado pela substituição da análise manual dos esfregaços sanguíneos por equipamentos automatizados. 

Mas seria essa a melhor opção? 

Antes de discutirmos essa questão, é importante entendermos o que é um hemograma. O hemograma analisa uma amostra de sangue do animal, onde são avaliados diversos parâmetros sanguíneos. 

Neste exame, são analisados os componentes celulares do sangue, onde é possível realizar a contagem diferencial dos diferentes tipos de leucócitos (glóbulos brancos de defesa), assim como das hemácias (glóbulos vermelhos) e plaquetas. Isso é importante para verificar se a quantidade destas células está dentro da normalidade. Além da contagem, é analisada a morfologia de cada tipo celular com o objetivo de identificar possíveis alterações estruturais, além da presença de células imaturas no sangue do animal. 

Outros parâmetros sanguíneos também são avaliados, como hemoglobina e o hematócrito. A hemoglobina é uma substância que compõem as hemácias e é responsável por transportar o oxigênio para os órgão e tecidos. Já o hematócrito é uma medida da proporção de hemácias no sangue. O valor é expresso como uma porcentagem ou uma fração de hemácias no sangue. Valores abaixo do normal da hemoglobina e do hematócrito podem indicar anemia, por exemplo. 

Contagem manual VS contagem automatizada 

A evolução das técnicas laboratoriais de análise é fundamental para garantir exames cada vez mais precisos, confiáveis e que direcionem para um diagnóstico correto. No entanto, apesar de todo esse avanço, algumas particularidades devem ser levadas em consideração. 

A contagem diferencial de leucócitos automatizada é um ponto que gera muita discussão e polêmica. Existem diferentes tipos de leucócitos no sangue, com diferentes morfologias e características. E muitas vezes, um equipamento automatizado não possui acurácia suficiente para distinguir com exatidão cada tipo celular. 

Na contagem diferencial leucocitária são avaliadas as quantidades de leucócitos totais, neutrófilos segmentados, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Cada uma destas células apresenta funções diferentes no sistema imune do animal e, a depender do tipo de alteração, podem indicar diagnósticos diferentes. 

Nesse sentido, um estudo científico avaliou de forma comparativa a contagem leucocitária manual com um método automatizado (impedância) em cães saudáveis e doentes. Os pesquisadores evidenciaram que houve variações significativas nas subpopulações leucocitárias, especialmente quanto a neutrófilos segmentados e linfócitos em cães doentes. A contagem diferencial automatizada superestimou a quantidade de neutrófilos segmentados em todos os grupos analisados e subestimou a de linfócitos nos animais saudáveis. 

A partir destes resultados, foi avaliada a possível ocorrência de erros de interpretação diagnóstica, considerando os valores de referência para cães adultos. O método automatizado causou erro diagnóstico em 12,4% dos cães doentes, sendo metade destes por falso aumento de neutrófilos. Para a contagem de linfócitos, o método de impedância levou a um erro diagnóstico de 26% em cães doentes, sendo a maioria dos casos como enquadrados dentro dos valores de referência quando na verdade não estavam.

A contagem diferencial de leucócitos pelo método manual é fundamental! 

Os resultados do estudo são bastante claros: a contagem manual de esfregaços sanguíneos não pode ser substituída inteiramente por equipamentos automatizados. 

Além de erros numéricos na contagem, há de se considerar outros fatores que também não são corretamente analisados por equipamentos automáticos. A análise morfológica das células é algo bastante sutil e demanda bastante treinamento e acurácia por parte do profissional veterinário. Em casos de suspeita de leucemia, por exemplo, ocorre a presença de células imaturas na corrente sanguínea, algo que uma máquina dificilmente consegue distinguir com precisão. 

A análise manual em microscópio é muito importante também para identificar a presença de parasitas sanguíneos, pois nem todas as células sanguíneas apresentarão a presença de bactérias ou protozoários. A Babesia é um exemplo de parasita que pode ser confundido com outros protozoários, o que demanda uma análise mais criteriosa por parte do veterinário. Vale destacar também que a análise hematológica em microscópio permite ao analisador identificar características hematológicas específicas de cada uma das doenças e que podem passar despercebidas pelos equipamentos automatizados. 

Apesar de tudo isso, não se deve descartar completamente as análises automatizadas. Elas são bastante úteis como triagem inicial, onde é possível investigar se existem alterações significativas no sangue que valem a pena passar por uma análise criteriosa ao microscópio. Obviamente, toda essa tomada de decisão também deve levar em conta os sinais clínicos do pet, assim como outros exames complementares. 

No Laboratório RaVet, contamos com todos estes exames em nosso portfólio, além de possuir uma equipe treinada e qualificada para garantir a qualidade dos resultados do seu pet.

 E não se esqueça, mantenha sempre os exames do seu cão ou gato em dia! E se ainda houver dúvidas, não hesite em entrar em contato conosco. Estamos prontos para lhe atender e garantir o melhor serviço para você e seu pet! 

RaVet Diagnóstico Veterinário, o Laboratório do seu Pet.

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