O hipotireoidismo é uma condição comum em cães que ocorre devido à produção insuficiente de hormônios da tireoide, que são responsáveis por regular diversas funções do corpo do animal.

O hipotireoidismo primário é a forma mais frequente de hipotireoidismo em cães, afetando cerca de 90% dos casos. Nessa condição, ocorrem problemas diretamente na glândula tireoide, geralmente resultando na sua destruição.

Neste conteúdo, você encontrará informações importantes sobre a doença, raças de cães com maior predisposição, sintomas e como é feito o diagnóstico.

O que é hipotireoidismo?

O hipotireoidismo é um problema de saúde causado por uma produção insuficiente ou deficiente de hormônios tireoidianos. Essa doença pode ser classificada em diferentes tipos, dependendo de onde está ocorrendo o problema no sistema glandular do hipotálamo, hipófise e tireoide. Os principais tipos de hipotireoidismo incluem o primário, o secundário, o terciário e o congênito.

O hipotireoidismo primário é o tipo mais frequente em cães, afetando cerca de 90% dos casos. Nesse distúrbio, os dois achados histológicos mais comuns são a presença de uma inflamação chamada tireoidite linfocítica em cerca de 50% dos casos, e a atrofia idiopática, que ocorre em cerca de 40 a 45%.

A tireoidite linfocítica é uma condição em que o sistema imunológico do corpo ataca a glândula tireoide, resultando em uma infiltração de células chamadas linfócitos, plasmócitos e macrófagos na glândula. Essa inflamação gradualmente destrói os folículos tireoidianos.

A progressão dessa doença é lenta e as alterações patológicas ocorrem antes mesmo do aparecimento de sinais clínicos. As raças com maior predisposição para a tireoidite linfocítica são o borzoi, o beagle, o dinamarquês e o cocker spaniel.

Já a atrofia idiopática é caracterizada pela perda do parênquima tireoidiano e consequente substituição por tecido adiposo ou fibroso.

Vale ressaltar que o hipotireoidismo primário também pode ser decorrente de uma remoção cirúrgica, uso de medicamentos antitireóideos e tratamentos com iodo radioativo.

O hipotireoidismo secundário é consequência da falha no desenvolvimento hipofisário ou pela disfunção das células tireotróficas da hipófise. Isso resulta na diminuição da produção do hormônio estimulante da tireoide (TSH) e, consequentemente, leva à deficiência dos hormônios T3 e T4.

O hipotireoidismo terciário é consequência da secreção deficiente do TRH, podendo ocasionar uma deficiência na secreção de TSH e atrofia folicular secundária da tireóide. Esse tipo é considerado extremamente raro em cães.

Embora seja uma condição rara, o hipotireoidismo congênito já foi relatado em filhotes de cães e geralmente leva esses animais a óbito precocemente. O hipotireoidismo congênito pode ser causado por deficiência de ingestão de iodo, defeito na organificação do iodo e por disgenesia tireoidiana.

Quais cães têm maior risco de desenvolver hipotireoidismo?

O hipotireoidismo geralmente acomete animais de meia-idade, ou seja, cães entre 4 e 10 anos. Aparentemente não existe predisposição sexual no desenvolvimento de hipotireoidismo, porém pode ocorrer com maior predisposição em raças puras do que em raças mestiças, sendo que existe uma maior prevalência em cães de porte médio a grande.

Desta forma, os sintomas tendem a aparecer precocemente em raças de cães predispostas, como:

- Boxer;

- Dachshund (salsicha);

- Doberman;

- Golden Retriever;

- Dinamarquês;

- Setter;

- Schnauzer (mini e gigante);

- Pointer;

- Poodle;

- Beagle

- Cocker Spaniel;

- Sheepdog;

- Dálmata. 

Quais são os sintomas do hipotireoidismo em cães?

Os hormônios tireoidianos influenciam na função de vários órgãos, por isso os sinais de hipotireoidismo são bastante variados e a gravidade desses sintomas também tem relação direta com a idade do cão e quanto tempo ele está sendo acometimento por esta doença.

Como o hormônio tireóideo exerce controle da taxa metabólica e do consumo de oxigênio, assim a sua deficiência resulta em alterações metabólicas, como:

- Letargia;

- Inatividade;

- Ganho de peso sem aumento do apetite;

- Intolerância ao frio (o animal procura lugares mais quentes);

- Retardo mental e

- Intolerância a exercícios.

Outros sintomas que você deve estar são as anormalidades dermatológicas, que estão presentes em 60% a 80% dos casos de cães com hipotireoidismo. Os sinais cutâneos clássicos incluem alopecia bilateral geralmente simétrica não pruriginosa que poupa a cabeça e as extremidades.

A cauda do animal pode ser afetada, ocorrendo queda dos pelos nas áreas de constante atrito, deixando a região alopécica. 

Todos esses sinais descritos, normalmente aparecem de forma sutil e gradual, dificultando a percepção de sintomas pelo tutor. Por isso, é importante sempre manter acompanhamento médico veterinário anual e check-up de exames laboratoriais do seu cão em dia. 

Como é feito o diagnóstico do hipotireoidismoem cães?

O diagnóstico do hipotireoidismo é baseado nos sinais clínicos, testes de função da tireoide e na resposta da terapia de reposição hormonal. No entanto, como os sinais podem se inespecíficos do hipotireoidismo, o médico veterinário sempre deverá recorrer aos exames para elaboração do diagnóstico.

Os testes da função da glândula tireoide, que avaliam as concentrações de T4 e fT4 juntamente com a concentração sérica de TSH, são os mais indicados e utilizados na prática clínica para avaliar a função da tireoide em cães suspeitos de hipotireoidismo. Os principais testes utilizados são:

Todos estes exames podem ser realizados aqui noLaboratório Ravet. Nosso laboratório conte com um portfólio de exames que engloba todas as necessidades de diagnóstico e monitoramento que o seu cão precisa em todas as fases da vida.

Além desses exames laboratoriais, o diagnóstico do hipotireoidismo em cães também pode ser necessário a realização de ultrassonografia. Com resultados sugestivos na ultrassonografia, os médicos veterinários podem associar aos testes laboratoriais para diferenciar cães com hipotireoidismo de cães eutireoideos com doença não tireóidea, por exemplo. Assim, o especialista conseguirá fechar de forma mais efetiva o diagnóstico do cão.

Se você percebeu algum sinal suspeito de hipotireoidismo em seu cão, entre em contato conosco para realizar os exames o mais breve possível. Assim, você garante que seu pet estejasempre saudável e feliz.

Nós, do Laboratório Ravet, estamos comprometidos em fornecer serviços de diagnóstico precisos e confiáveis ​​para manter a saúde e o bem-estar dos seus animais de estimação.

Gostou desse conteúdo? Então lembre-se de compartilhar essas informações para que outros tutores também saibam como cuidar bem da saúde do seu pet!

RaVet Diagnóstico Veterinário, o Laboratório do seu Pet.

Referências:

NELSON, R. W. Distúrbios da glândula tireóideIn: COUTO, G.; NELSON, R.W. Medicina Interna de Pequenos Animais. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.

• < Desmistificando a Toxoplasmose: Transmissão e Diagnóstico
• Leptospirose: Saiba mais sobre essa importante zoonose >